Onde está o Direito de ir e vir?

04/02/2012 às 02:20

Governador atribui a grevistas atos de terror no Estado

FONTE: ATARDE
Helga Cirino e George Brito

Pelo menos 2.950 homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança devem reforçar o policiamento na Bahia até este domingo, 05. A informação foi passada pelo governador Jaques Wagner que, pela primeira vez em cinco anos e um mês no posto, fez pronunciamento em “cadeia regional” (para o Estado) de rádio e TV, às 20h15 de sexta, 03. No discurso, o aviso de que não aceita “ações de alguns policiais usando métodos condenáveis e difundindo o medo”.

A declaração reforça o que o chefe do Serviço de Comunicação da Polícia Militar, capitão Marcelo Pita, divulgou momentos antes, por telefone: “Estamos apurando o envolvimento de integrantes do movimento grevista em algumas ações criminosas. Temos alguns identificados”.

Por decisão da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, e a secretária Nacional da Segurança Pública, Regina Miki, chegam hoje a Salvador para acompanhar as operações no Estado. A previsão é de que a comitiva desembarque às 10h, na Base Aérea de Salvador, sendo recebida pelo governador, o comandante da 6ª Região Militar, general Gonçalves Dias, e o secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.

Nova reunião - Representantes de seis associações da PM que sentaram para negociar, ontem pela manhã, com Teles Barbosa e o comandante da PM, coronel Alfredo Castro, pediram a regulamentação imediata da Gratificação de Atividade Policial (GAP) nível V e a anistia administrativa “para todos os policiais militares participantes do movimento”.

Apesar de oferecer ao governo, uma vez atendidas as reivindicações, a contrapartida de “imediato retorno das atividades normais da PM”, os representantes endossaram que não estão à frente da paralisação. “A greve é dos policiais, não é de associação nenhuma. Nem mais da Aspra [Associação dos Praças e Bombeiros e de Seus Familiares, coordenada pelo ex-PM Marco Prisco, que segue acampado na Assembleia Legislativa da Bahia]”, afirmou o sargento Agnaldo Pinto, presidente da Associação dos PMs (APPM).

O subcomandante, coronel Carlos Eleutério, presente à reunião, considerou um avanço reunir tantas associações, mas não fechou índice de reajuste nem acordo quanto à gratificação. “A GAP é um avanço, se a gente conseguir, assim como as questões de indicadores salariais que a gente pretende evoluir. Isso será colocado nas discussões e levado às secretarias que lidam com essas questões”, afirmou.

Sobre possíveis punições aos policiais participantes do movimento, o coronel disse que “as coisas que vierem à tona serão assentadas. Multa é questão da Justiça”.

Já o coronel Edmilson Tavares (da Associação dos Oficiais da PM) e o sargento Agnaldo Pinto convergiram que cabe à Justiça punir os que eventualmente cometeram crimes durante a paralisação, desde de que provado. “A anistia administrativa não vai isentar de estar respondendo plenamente, criminalmente”, disse Pinto.

Enquanto isso, o clima de insegurança continuou alterando a rotina na capital e algumas cidades do interior. Em Salvador, A TARDE percorreu diversos bairros e flagrou soldados do Exército realizando patrulhas no Centro Histórico, na Pituba e orla. Mesmo assim, em diversos locais os lojistas encerraram o expediente já a partir das 15h. Poucos ambulantes no Centro arriscaram-se a colocar mercadorias à venda.

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